Diário de bordo

Meus queridos e queridas, este blog foi criado para ser o diário de bordo da pesquisa de campo para meu Mestrado, junto ao Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia, com o apoio do CNPq. O trabalho intitulado "Pedra Afiada - Um convite para o teatro invadir a cidade" foi orientado pela Prof. Dra. Angela Reis. A pesquisa de campo foi realizada em Itambé, no sudoeste da Bahia, de março a agosto de 2010, onde alimentei este blog com informações e reflexões sobre a pesquisa e a escritura da dissertação. Depois de concluido o Mestrado (março/2011) o blog será utilizado como forma de divulgar e refletir os andamentos da cultura na cidade de Itambé. Esta é uma forma também de discutir a cultura em cidades de pequeno porte do interior da Bahia e do Brasil. Conto com a visita de todos. Ah, uma dica, como este blog funciona como um diário, para os marinheiros de primeira viagem é melhor acompanhá-lo de baixo para cima. Então busquem o primeiro post e boa viagem!!!





segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Puxa o fole Zé!

Hoje vou apresentar para vocês mais um entrevistado ilustre de minha pesquisa. Zé de Sula dos Oito Baixos, sanfoneiro dos bons que com muita garra, luta pela preservação e manutenção desta que é uma das mais importantes manifestações culturais da cidade: a arte de tocar sanfona. Zé de Sula começou sua paixão pela música em 1967 tocando em festas no interior, nas roças e nas fazendas. Apreciem um pouco desta arte neste vídeo gravado durante os ensaios do grupo que se preparava para os festejos juninos de 2010.




“Fui me aperfeiçoando cada vez mais. Depois pedi para meu pai comprar uma sanfona de oito baixos para mim. Ai eu comecei a tocar em várias festas. Comecei minha carreira junto com Edgar Mão Branca. Devido a meu pai se chamar Sula, meu nome ficou Zé de Sula dos Oito Baixos, sanfoneiro. E eu continuo na luta até hoje, tocando, aperfeiçoando cada vez mais. Tocando em Itapetinga, Vitória da Conquista, aqui em Itambé e por ai vai. Itambé é um lugar muito bom de viver, de morar. Não tem um meio de vida elevado de empregos, mas é um lugar bom para morar. Aqui eu participo das atividades culturais organizando o encontro de sanfoneiros que tem aqui, participo dessa associação de sanfoneiros e participo dos eventos também. Faço shows. Eu nasci aqui e gosto daqui. Tem o ar puro, a natureza. Gosto da cidade. Aqui falta o livre arbítrio para participar mais. Gostaria de criar uma escola de música para as crianças. Sanfona, triângulo, zabumba para mais tarde eles darem continuidade às festividades e à cultura de nossa cidade”. (Zé de Sula dos Oito Baixos – Sanfoneiro – 58 anos)

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