Diário de bordo

Meus queridos e queridas, este blog foi criado para ser o diário de bordo da pesquisa de campo para meu Mestrado, junto ao Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia, com o apoio do CNPq. O trabalho intitulado "Pedra Afiada - Um convite para o teatro invadir a cidade" foi orientado pela Prof. Dra. Angela Reis. A pesquisa de campo foi realizada em Itambé, no sudoeste da Bahia, de março a agosto de 2010, onde alimentei este blog com informações e reflexões sobre a pesquisa e a escritura da dissertação. Depois de concluido o Mestrado (março/2011) o blog será utilizado como forma de divulgar e refletir os andamentos da cultura na cidade de Itambé. Esta é uma forma também de discutir a cultura em cidades de pequeno porte do interior da Bahia e do Brasil. Conto com a visita de todos. Ah, uma dica, como este blog funciona como um diário, para os marinheiros de primeira viagem é melhor acompanhá-lo de baixo para cima. Então busquem o primeiro post e boa viagem!!!





segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Imagem sem reflexo







Hoje eu passei o dia com saudade de Itambé. Estou na fase de organizar material, escritos, leituras. Uma parte muito difícil da pesquisa se inicia: escrever a dissertação. Botar na tela todas as experimentações, processos, reflexões, dúvidas, conquistas. Se preparar para romper a tela em branco. Entre este material que passou por minhas mãos hoje está um poema escrito por uma grande amiga de infância, moradora de Itambé. Segundo ela, este poema e alguns outros escritos por ela, foi feito em minha homenagem, aliás, foi feito pensando em mim. Fica melhor assim. Me deu vontade de publicar aqui, dividir com vocês. Para mim, ela escreve muito bem, tem um grande talento, mas ela só escreve para ela. Não gosta de mostrar, inclusive ela não me permitiu publicar foto dela, nem revelar o seu nome. Tudo bem, seja feita a vossa vontade. Para colorir o texto, escolhi umas fotos feitas por Luciana Oliveira, quando estávamos desmontando o cenário da encenação "A cidade sou eu"


"Imagem sem reflexo"

Venho do fim do arco-íris com cores que queiras enxergar...
De onde venho não somos capazes de escolher: apenas recebemos e aceitamos tudo do jeito que são.

Os meus pés não andam em estrada em que sofrem. Só andam rumo à eterna festa sem convite azul...
Não penso. Não falo. Não concordo. Não estou do lado de cá. Não fico com ou sem.

Temo que o olhar dos que me amam fujam de todos que me lembram passado.

Não vivo o presente. Sonho com o presente. Festejo. Curto. Viajo. Vingo. Acordo. Amo. Odeio. O presente é meu. O meu presente tem as cores do arco-íris. Representa o inexplicável inatingível.

Meu futuro é das cartas da cigana Esmeralda. Esmeralda... Minha puta hermafrodita.

A gentileza é meu disfarce. A minha gentileza é minha armadura: arma dura!

A minha fala é da verdade durável como algodão doce vermelho, na rosa da boca do menino que chora nos braços de sua mãe. A minha vinda na sua vida foi rápida como o bater das asas do beija-flor com sexo de beijo na flor. Areia branca do deserto se alegra com sua imagem refletida com as cores do arco-íris"

(Lsa. Itambé-Bahia/14.06.2010)

4 comentários:

  1. Vc fez a disciplina escrita performativa??? Acho que pode ser um caminho para sua dossertação. Proibido enclausurar tanta beleza. Senão, fico só no blog. lindo, livre e quente!!!

    ResponderExcluir
  2. dossertação é tudo... ato falho. Não é pra doer, não...

    ResponderExcluir
  3. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk,não, não fiz essa disciplina...ela existe...quero escrever assim,performativamente...vou tentar...

    ResponderExcluir
  4. Tbm senti saudade dos dias itambeense em minha vida, saudade de de vc, saudade de tudo...

    ResponderExcluir