Diário de bordo

Meus queridos e queridas, este blog foi criado para ser o diário de bordo da pesquisa de campo para meu Mestrado, junto ao Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia, com o apoio do CNPq. O trabalho intitulado "Pedra Afiada - Um convite para o teatro invadir a cidade" foi orientado pela Prof. Dra. Angela Reis. A pesquisa de campo foi realizada em Itambé, no sudoeste da Bahia, de março a agosto de 2010, onde alimentei este blog com informações e reflexões sobre a pesquisa e a escritura da dissertação. Depois de concluido o Mestrado (março/2011) o blog será utilizado como forma de divulgar e refletir os andamentos da cultura na cidade de Itambé. Esta é uma forma também de discutir a cultura em cidades de pequeno porte do interior da Bahia e do Brasil. Conto com a visita de todos. Ah, uma dica, como este blog funciona como um diário, para os marinheiros de primeira viagem é melhor acompanhá-lo de baixo para cima. Então busquem o primeiro post e boa viagem!!!





terça-feira, 8 de junho de 2010

A voz do povo!


Chegou a hora de "ouvir" a voz dos moradores...Assim como os amigos que passam pela cidade emitem suas impressões sobre Itambé, postarei também as opiniões dos moradores sobre sua cidade...Para começar publico as razões que fazem a aposentada Jandira Mendes continuar na cidade e a lembrança do professor Evandro Oliveira sobre a praça que lhe marcou a infância.

"Oh, primeiramente que quando eu vim pr´aqui era melhor pra mim por conta de meus filhos porque eu morava em roça e meus filhos estudavam em Itapetinga ai eu achei que eu estava distante deles, que eles não estavam tendo um amor de mãe ai eu vim pr´aqui porque aqui o colégios eram tudo grátis eu não paguei colégio pra eles nem nada, graças a Deus meus filhos tão tudo formado aqui, formou tudo aqui em Itambé e eu senti melhor aqui por isso prá botar meus filhos em casa, pra ter mais amor a eles e eles por mim também, pensei que se eles ficassem lá eles iam crescer sem amor a mim, sem amor de mãe porque eles não tinham pai, então eu sou o pai e a mãe. Eu achei melhor por isso" (Jandira Mendes, 65 anos).


"Escolhi esta praça primeiramente porque é um local que fez parte de minha infância, da minha adolescência e da minha fase adulta. Eu nunca deixei de freqüentar aqui. Eu sento e bato um papo com os amigos, discuto sobre a nossa cidade, discuto sobre a parte social, a parte econômica, da nossa vida pessoal um aconselhando o outro. É um lugar que tá marcado, não só pra mim como para os outros amigos meus. Essa praça era cheia de arbustos, árvores enormes. Aqui no centro tinha uma casinha de televisão, onde as pessoas que não tinham televisão na época sentavam para assistir, vinham prá cá, era tipo uma área de lazer. Geograficamente aqui mudou. Era um jardim, mas um jardim que tinha um entretenimento que era a televisão. Hoje é um jardim normal onde as pessoas vêm prá namorar, conversar. Tem mais ou menos quinze a vinte anos que deixou de ter a televisão aqui na praça. Aqui ainda é conhecida como a Praça da Televisão" (Evandro Oliveira, 35 anos).
Obs. Neste dia eu estava na companhia do amigo Jean Dauriac que passou uma semana na cidade.

2 comentários:

  1. E ai Saulito...essa é a parte que eu mais gosto: ouvir o que os moradores, as pessoas têm a dizer...abraços!

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