Os professores e servidores municipais da área educacional do Município de Itambé decretaram greve e desde o dia 23 de novembro estão paralisados as aulas e o funcionamento das Escolas. O movimento tem tomado as ruas da cidade para esclarecer à população suas reivindicações. O blog Pedra Afiada entrevistou, por email, a professora e coordenadora da APLB em Itambé, Alecciene Chaves Gusmão, que nos faz um balanço de como se encontram as negociações. É sempre bom lembrar que a cidade já se prepara para mais um ano de campanha política e os cidadãos itambeenses precisam se conscientizar que é preciso estimular a educação para que o indivíduo evolua juntamente com o lugar que ele habita. Acompanhem agora a entrevista.
1- Quais são as reivindicações da classe?
Os profissionais da Educação (professores, vigilantes, merendeiras, porteiros, auxiliares de serviços gerais, auxiliares de biblioteca, motoristas, lavadeiras) estão lutando por respeito e valorização profissional, além de educação de qualidade para todos os alunos. O Plano de Carreira, Cargos e Salários é nossa principal bandeira, uma vez que contempla todos os profissionais e não somente professores. O Plano foi elaborado em 2009, por uma comissão paritária formada pela então Secretaria de Educação e com representação dos diversos segmentos.
2- Como andam as negociações? A Secretaria de Educação deu algum indicativo, alguma proposta?
A Secretaria de Educação havia garantido em reunião do conselho municipal no inicio do semestre que o Plano seria enviado para a Câmara de Vereadores em setembro. Mas, nada ocorreu, pelo contrário, surgiu uma nova minuta de Plano dilacerando direitos e vantagens da categoria. Assim, deste desrespeito brotou a insatisfação que culminou na greve que estamos vivenciando.
3- Vocês já foram ouvidos pela prefeitura (Secretaria de Educação)?
Nós, só agora, depois de deflagrada a greve, conseguimos sentar para negociar com o prefeito municipal, que mais uma vez coloca que ainda não foi feito por parte da prefeitura o estudo do impacto financeiro na folha de pagamento. Estamos mais uma vez constituindo comissão de estudo e esperamos resolver ainda esta semana este impasse que não é bom para ninguém. Saliento que a APLB já realizou este estudo e que os percentuais postos no Plano como valorização da carreira estão dentro da realidade do município.
4- Qual a porcentagem de adesão? Tem alguma escola funcionando?
Estamos com mais de 70% de adesão, mas temos escolas funcionando de forma parcial. O que nos entristece é ver colegas se prestando ao papel de segurar várias turmas em colégios para encobrir a greve. A qualidade do ensino nestas horas cai por terra, pois exibir filme, por exemplo, para várias turmas, sem finalidade educacional é um desrespeito com o aluno e com a classe. E é o que vem acontecendo nas Escolas que estão “furando” a greve.
5- Os alunos estão participando, apoiando os professores?
Na verdade a maioria dos alunos aderiu ao movimento juntamente com os pais, além da comunidade em geral, a vice-prefeita e todos os vereadores estão nos apoiando nesta luta.
6- Quais os próximos passos do movimento? E como será resolvido o final do calendário de 2011?
Em assembléia a categoria decidiu que continua em greve até que o Plano seja aprovado na Câmara de Vereadores. Segundo o prefeito municipal, em reunião no ultimo dia 28, ele estará dando entrada com este plano na Câmara nesta quinta-feira. Estamos esperançosos de que desta vez tudo se resolva. E que finalmente possamos retornar às escolas para encerramento do ano letivo, sem prejudicar a vida dos alunos.
Alecciene Chaves Gusmão
Coordenadora Geral da Aplb/Sindicato
Delegacia Sindical do Rio Verruga
Itambé/Ba.
Colaboraram com essa matéria: Manoel Dias e Cíntia Gusmão.
Fotos: Rose Matos e Alecciene Chaves Gusmão.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Estamos em greve!!!
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